INTOLERÂNCIA E ALERGIA A LACTOSE
O leite faz parte da dieta do homem há milênios. As populações que têm grande acesso ao leite desenvolveram uma mutação para produzir uma enzima chamada lactase, que digere a lactose, o açúcar do leite. É um processo evolutivo que favoreceu a adaptação humana para o consumo do leite.
O leite não é indicado a uma parcela da população que sofre de intolerância à lactose, alergia à proteína presente no leite ou a pessoas que desenvolvam uma quantidade maior de muco quando consomem o alimento. Quem tem intolerância à lactose pode apresentar problemas gastrointestinais como flatulência, diarréia e indigestão. É a intolerância alimentar mais comum na faixa etária pediátrica, com prevalência de até 7% em crianças menores de 3 anos. No Brasil, estima-se que 37 milhões de brasileiros maiores de 15 anos sejam intolerantes à lactose. No mundo todo, 1% da população tem a doença. Também pode haver manifestações respiratórias e na pele.
O alérgico tem problemas com a proteína do leite, normalmente à caseína. Não pode comer e nem encostar em alimentos que contenham leite. Já a intolerante tem problema com o açúcar do leite (lactose), portanto pode comer alimentos lácteos desde que seja livre de lactose, ou com a ingestão da lactase, enzima que ajuda a digerir a lactose. Quando a intolerância é leve, a pessoa pode até comer um pedaço de queijo, de um chocolate pequeno, com pouca lactose. Nos alérgicos, essa conta de pouco ou muito não funciona, a alergia não é dose dependente.
Os sintomas da intolerância e da alergia também são diferentes. O alérgico tem inchaço que pode ocorrer nos lábios, pálpebras, língua e glote; sintomas respiratórios, falta de ar; sintomas gastrointestinais, como distensão abdominal (inchaço), gases, diarréia; placas avermelhadas pelo corpo, coceira e choque anafilático. Já no intolerante, os sintomas normalmente se restringem ao trato gastrointestinal.
Os sintomas podem ser imediatos, mas normalmente aparecem entre 30 e 120 minutos após o consumo de lactose.
O diagnóstico pode se dar com uma simples coleta de sangue através do teste de tolerância à lactose e, atualmente, é possível realizar um exame genético para verificar se a pessoa possui a mutação que a torna tolerante à lactose ou por prova respiratória.
As três principais causas são:
* Genética: mais comum.
* Congênita: rara, impede o aleitamento, sendo necessário usar uma fórmula substituta para bebês.
* Doença secundária: causada pela lesão da mucosa do intestino delgado por alguma infecção. Bastante comum em crianças no primeiro ano de vida.
A intolerância à lactose também pode ser adquirida. Caso a criança pare de tomar leite por muito tempo, o organismo pode entender que não é mais necessário produzir a lactase. Também pode ocorrer em bebês prematuros, ainda incapazes de produzir lactase.
Sem a presença da lactase, a lactose passa pelo intestino sem ser digerido e encontra bactérias que vão fermentá-la, liberando metano no processo, o que gera flatulência, dor e inchaço. Quanto mais dessas bactérias e quanto maior e mais frequente o consumo de lactose piores são os sintomas. Nas fezes, a lactose aumenta o acúmulo de água tornando-as aquosas. Essas bactérias é que são responsáveis pelo incômodo que as pessoas intolerantes à lactose sentem ao ingerir produtos derivados do leite.
O tratamento consiste em mudanças na dieta para evitar lactose e no consumo de lactase ao se ingerir produtos com lactose. Para quem tem esse problema, recomenda-se leite com baixa lactose ou leite de soja.
Abóbora, aipim, aveia, brócolis, couve e sardinha são opções cheias de cálcio. A sardinha em lata é outra opção rica em cálcio.